domingo, 22 de outubro de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 23/23

CRISTO É O VERDADEIRO DEUS E DEVE SER ADORADO

TEXTO BÁSICO: 1João 5:20 e 21

INTRODUÇÃO:

João termina a sua primeira carta reconhecendo que Jesus é o Cristo, o Messias, o Ungido de Deus, e deve ser verdadeiramente reconhecido e adorado.

EXAMINANDO OS TERMOS:
VERDADEIRO: (1João 5:20)
No grego “alethinos”, tem a idéia de “real ou genuíno”.

Em João 1:9, Jesus Cristo é a verdadeira luz, em contraste com João Batista.

Em João 4:23, fala-se de verdadeiros adoradores, aqueles cuja adoração é baseada na realidade, não na aspiração humana.

Em João 6:32, Jesus fala que Deus agora lhes dava o verdadeiro pão. O maná era alimento físico, o verdadeiro pão, Jesus Cristo, alimento espiritual.

Em João 15:1, Jesus é videira verdadeira (digno do nome).

ÍDOLO: (1João 5:21)
Todo o substituto de Deus é um ídolo. João provavelmente refere-se aos erros doutrinários, morais e éticos que, na prática, são idolatria: ”Portanto, meus amados, fugi da idolatria” (1Coríntios 10:14).

No grego “eidolon”, tem a idéia de imagem, ídolo, impressão, exemplo. A palavra imagem sugere uma representação visual ou mental.

Outros termos derivados no grego são: “eidolothyton”, que quer dizer “carne oferecida a ídolos”; “eidoleion”, que quer dizer “templo de um ídolo”; “kateidolos”, que quer dizer “cheio de ídolos”; “eidolalatres”, que quer dizer ”idólatra, adorador de ídolos” e “eidololatria”, que quer dizer “idolatria, adoração de ídolos”.

EXAMINANDO O TEXTO:
João joga bem com a idéia do verdadeiro e do falso.

Fala daquilo que é verdadeiro (Jesus Cristo, Filho de Deus) e ao mesmo tempo já avisa à igreja para guardar-se, tomar cuidado, com os ídolos (falsidade que satanás usa, como direito legal, para estar na vida das pessoas [por detrás dos ídolos]).

Ele inicia este final da carta usando a palavra: “sabemos”. Ou seja: ele não coloca em dúvida, com a Igreja, de que já havia certeza de que Jesus Cristo era, indubitavelmente, o Filho de Deus, o Messias, o Cristo, o Ungido para trazer salvação e vida eterna aos que crêem.

Nesta última parte João nos fala por sete vezes, afirmando que sabemos:
Sabemos que temos a vida eterna (v.13);
Sabemos que se pedimos alguma coisa, segundo a Sua vontade, ele nos ouve e nos atende (v.14 e 15);
Sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não vive em pecado (v.18);
Sabemos que somos de Deus (v.19);
Sabemos que o Filho de Deus é vindo (v.20);
Sabemos que Jesus é o Verdadeiro Deus (v.20); e,
Sabemos que Jesus é a vida eterna (v.20).

Interessantíssimo terminar uma carta dessa maneira: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. É como se fosse um P.S. (post-scriptum) de maior importância, pois João orientava que ninguém deveria se desviar da verdade. Os gnósticos poderiam até aceitar se contaminar com o altar dos ídolos, mas isto não era para acontecer com os verdadeiros filhos de Deus.

Aps. Bertoni e Alice – 22.10.2000

domingo, 15 de outubro de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 22/23

O PODER DA INTERCESSÃO

TEXTO BÁSICO: 1João 5:13 a 19

INTRODUÇÃO:

João liga agora o fato de crermos, com o poder que temos na nossa intercessão.

EXAMINANDO OS TERMOS:
PECADO NÃO PARA MORTE: (1João 5:16)

Qualquer pecado na vida de uma pessoa, ou de uma comunidade, deve produzir intercessão e conseqüente restauração, pois é passível de confissão e perdão.

PECADO PARA MORTE: (1João 5:16)

Não está se falando aqui de morte física. Podemos ligar esta expressão à expressão “blasfêmia contra o Espírito Santo”, conforme vemos em Mateus 12:31 e 32: “Por isso vos declaro: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma palavra contra o Filho do homem ser-lhe-á isso perdoado; mas se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no porvir”.

Blasfêmia contra o Espírito Santo é rejeitar as mais claras provas de que as obras de Jesus, que revelam a aproximação do Reino de Deus, foram feitas pelo poder do Espírito Santo. É, ainda, alegar que as obras do Espírito Santo pertencem ao diabo. É sinal de endurecimento tão completo, a ponto de não existir nenhuma esperança de arrependimento e conversão; o pecador torna-se incapaz de reconhecer ou distinguir entre o divino e o diabólico.

EXAMINANDO O TEXTO:
João volta a afirmar que escreveu esta carta a fim de que nós tenhamos confiança de que há vida eterna e que estamos, através de Jesus Cristo, nessa vida eterna com Deus.

Por causa desta confiança que temos, de que Deus é o nosso Pai e de que Jesus Cristo é o nosso irmão mais velho, tendo pedido ao Pai que nos adotasse na família de Deus, podemos orar e pedir coisas a Deus.

Se a nossa vontade estiver de acordo com a vontade boa, perfeita e agradável de Deus, Deus Pai atenderá a nossa oração.

Tendo esta certeza, de que Ele nos ouve, por causa de Jesus Cristo (“E tudo o que pedirdes em meu nome, isso farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho” - João 14:13), podemos pedir.

Podemos e devemos interceder pelos nossos irmãos, quando eles estão em pecado. Podemos e devemos pedir vida.

Não adianta orar e pedir ao Pai por aqueles que estão falando contra a obra do Espírito Santo, pois estão pecando para a morte. Deus já julgou esta situação.

Toda injustiça é pecado, mas ressalve-se que há pecado que não é para morte, pois podemos nos consertar com Deus e com os nossos semelhantes.

Quando eu não sou nascido de Deus eu vivo em pecado.
Quando eu sou nascido de Deus eu não vivo em pecado e o maligno não pode me tocar.
Somos de Deus ! Aleluia !!!

Aps. Bertoni e Alice – 15.10.2000

domingo, 8 de outubro de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 21/23

O TRÍPLICE TESTEMUNHO SOBRE CRISTO (parte II)

TEXTO BÁSICO: 1João 5:9 a 12

INTRODUÇÃO:

João continua a falar sobre fé, agora colocando as coisas espirituais de uma forma tal que encerra toda a questão de ser ou não ser salvo. Ou crê em Jesus Cristo e em Deus, ou não crê em nada. Ou é ou não é novo nascido, discípulo.

EXAMINANDO OS TERMOS:
TESTEMUNHO: (1João 5:6 e 7, 9 a 11).
Os termos gregos usados são: “marturía” (substantivo) e ”marturéo“ (verbo).

Há outras palavras gregas “martúrion” “diamartúromai” e “epimartúreo”, que no presente texto não foram usadas.

Dependendo do contexto, são traduzidas por: testemunho, evidências em prol de alguma coisa, as tábuas de pedra sobre as quais foram gravados os dez mandamentos, a arca da aliança, o livro inteiro da lei, a Palavra de Deus dada a algum profeta, o evangelho cristão, as Escrituras em sua inteireza.

Em João 15:26 encontramos: “Quando, porém, vier o Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede, esse dará testemunho de mim”.

CRÉDITO: (1João 5:10)
Na língua portuguesa, encontramos a definição de crédito, como: confiança, ou segurança na verdade de alguma coisa, crença, reputação, boa fama, influência, consideração, autoridade, valia, importância, etc.

Temos também a expressão “dar crédito” que significa: acreditar que existe ou que é como se diz, ter por verdadeiro o que alguém afirma, torná-lo valioso e importante, conferir-lhe autoridade, adquirir-lhe boa reputação.

EXAMINANDO O TEXTO:
João está falando que, muitos de nós, achamos correto, conveniente e justo aceitar os testemunhos de outros homens, à respeito de algumas coisas que eles nos dizem.

Claro está que “o testemunho de Deus é maior”, merece maior crédito ainda.
É Deus quem dá testemunho a respeito de Seu Filho Jesus Cristo.

Assim, aquele que crê, que dá crédito a Deus, de que Ele está falando a verdade, e então crê que Jesus Cristo é o Seu Filho, Salvador da humanidade, tem, da parte de Deus, um testemunho vivo que ele próprio é filho de Deus.

Isto acontece em nível de espírito: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito, que somos filhos de Deus” (Romanos 8:16).

Aquele que não crê, neste testemunho, de que Jesus Cristo é o Filho de Deus, faz de Deus um ser mentiroso.

O testemunho é muito claro: Deus nos deu a vida eterna através de Seu Filho, Jesus Cristo de Nazaré.

Aquele que tem o Filho de Deus como seu Salvador e Senhor, tem a vida eterna.

Aquele que não tem o Filho de Deus como seu Salvador e Senhor, tem morte eterna.

Aps. Bertoni e Alice – 08.10.2000

domingo, 1 de outubro de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 20/23

O TRÍPLICE TESTEMUNHO SOBRE CRISTO (parte I)

TEXTO BÁSICO: 1João 5:6 a 8

INTRODUÇÃO:

João continua a falar sobre fé, agora colocando as coisas espirituais de uma forma tal que encerra toda a questão de ser ou não ser salvo. Ou se crê em Jesus Cristo e em Deus, ou não se crê em nada. Ou se é ou não se é novo nascido, a saber: discípulo.

EXAMINANDO OS TERMOS:
ÁGUA: (1João 5:6 e 8)
A alusão aqui feita é ao batismo de João Batista, ao tempo da unção de Jesus Cristo pelo Espírito Santo (Mateus 3:13 a 17; Marcos 1:9 a 11; Lucas 3:21 e 22; João 1:32 a 34). Sua missão de Messias (O Cristo) estava se iniciando. O Apóstolo João estava combatendo, mais uma vez, o gnosticismo, que negava que Jesus fosse humano e divino.

Os gnósticos pervertiam isso, supondo que o homem Jesus de Nazaré fora “possuído” pelo aeon “aeon”, que seria o Espírito-Cristo, por ocasião do seu batismo. Esse “aeon” o deixou quando morreu na cruz.

Mediante essa noção, mantinham distinção de pessoas entre o Espírito-Cristo e Jesus de Nazaré, desse modo negando a verdade bíblica da encarnação.

Não há qualquer alusão ao batismo cristão, mas ao batismo de João.

O intuito do autor é salientar as questões históricas relativas à missão do Cristo encarnado, e não algum sacramento posterior da cristandade.

SANGUE: (1João 5:6 e 8)
Está em foco a expiação (pagamento de pecado) pelo sangue de Jesus Cristo.
Jesus, o Cristo, morreu, e isso fez expiação pelo pecado (ver 1João 2:2).

Os gnósticos supunham que Cristo, o “aeon”, não poderia sofrer e nem morrer, e que a morte de Jesus não foi a mesma coisa que a morte de Cristo, não tendo havido qualquer valor expiatório nessa morte. Quando muito, Jesus teria morrido como mártir, em defesa de uma boa causa.

Na verdade Cristo viera pelo sangue.

A menção do sangue fala sobre os benefícios que os homens recebem devido à expiação pelo sangue de Cristo, e, apenas, mui indiretamente, através da Ceia do Senhor, que celebra isso.

EXAMINANDO O TEXTO:

O Evangelho de João foi escrito para despertar a fé (20:31). A primeira carta foi escrita para dar certeza de fé.

João está dando continuidade ao versículo 5, quando no versículo 6 ele fala “Este”.

Fala de Jesus Cristo, que veio por meio de água e sangue.
Água, um dos elementos que saiu do lado de Jesus, quando expirou na cruz.
Sangue, o outro elemento que saiu do lado de Jesus, quando ferido por lança.
Deus permitira isso para mostrar a verdadeira morte de Jesus Cristo, tendo sido furada a sua carne e a sua pleura, dali saindo água. Morto mesmo.

O Espírito é quem testifica isto como verdade no nosso espírito.

No céu o Testemunho é triplo: Pai (Deus), Palavra (Jesus Encarnado) e Espírito Santo. Os três formam a triunidade de Deus.

Na terra o Testemunho é triplo: Espírito (que convence do pecado, da justiça e do juízo), a água (que representa a Palavra de Deus, que nos lava e a água do batismo) e o sangue (que tem valor de remissão para nós). Os três são para testemunhar um só propósito: Jesus Cristo é o Messias, o Salvador.

Aps. Bertoni e Alice – 01.10.2000