domingo, 8 de novembro de 2009

Lembrar: quem, de quem, para quem e para que?






INTRODUÇÃO:

Muitos de nós somos saudosistas, de certa forma.

Saudosismo é a fidelidade a idéias, usos ou costumes, que não são mais admitidos.

Por outro lado saudade é a lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que nos vemos privados.

Saudade também significa lembranças e recordações.

Lembrança é o ato mental pelo qual a memória reproduz um fato passado.

Também é uma anotação, um apontamento para auxiliar a memória.

Quem está se lembrando?

De quem está se lembrando?

Para quem está se lembrando

Para que está se lembrando?

Quero examinar com você dois aspectos de lembrar-se: humano e divino.

ASPECTO HUMANO:

14. Porém lembra-te de mim, quando te for bem; e rogo-te que uses comigo de compaixão, e que faças menção de mim a Faraó, e faze-me sair desta casa; 15. porque, de fato, fui roubado da terra dos hebreus; e tampouco aqui nada tenho feito, para que me pusessem nesta cova”. “21. E fez tornar o copeiro-mor ao seu ofício de copeiro, e este deu o copo na mão de Faraó. 22. Mas ao padeiro-mor enforcou, como José havia interpretado. 23. O copeiro-mor, porém, não se lembrou de José; antes, se esqueceu dele” (Gênesis 40:14 e 15 e 21 a 23).

A história bíblica é bem conhecida: José, preso por causa da mentira da mulher de Potifar, por ser líder inconteste, havia assumido uma posição de proeminência na prisão.

20. E o senhor de José o tomou e o entregou na casa do cárcere, no lugar onde os presos do rei estavam presos; assim, esteve ali na casa do cárcere. 21. O Senhor, porém, estava com José, e estendeu sobre ele a sua benignidade, e deu-lhe graça aos olhos do carcereiro-mor. 22. E o carcereiro-mor entregou na mão de José todos os presos que estavam na casa do cárcere; e ele fazia tudo o que se fazia ali. 23. E o carcereiro-mor não teve cuidado de nenhuma coisa que estava na mão dele, porquanto o Senhor estava com ele; e tudo o que ele fazia o Senhor prosperava (Gênesis 39:20 a 23).

Ele foi usado por Deus e pediu que o copeiro-mor se lembrasse dele quando estivesse com Faraó.

Mas o copeiro-mor se esqueceu de José.

Muitas vezes fazemos algumas coisas que são benefícios para as pessoas e as pessoas se esquecem de nós e dos benefícios que lhes fizemos.

Muitas vezes uma simples falha nossa, com relação àquela pessoa a faz esquecer que foram muito mais os benefícios do que a única falha.

Mas somos esquecidos pelo bem que fazemos aos outros.

Por outro lado temos que ter o cuidado que teve José ao pedir ao copeiro-mor quando se lembrasse dele: lembra-te de mim, quando te for bem.

Temos que ter esse cuidado.

Imagina pedir a uma pessoa que se lembrasse de nós e isso acontecesse quando ela estivesse passando por uma grande luta em sua vida?

Que tipo de lembrança ela teria de nós?

Que tipo de memória ela teria?

Seria boa e favorável ou má e desfavorável?

O copeiro-mor esqueceu-se de José, mas quando estava bem cotado junto ao Faraó, já totalmente recuperado em sua função real, lembrou-se de José.

Era o momento em que Deus também estava se lembrando de José.

Cremos que Deus é quem fez o copeiro-mor lembrar-se de José.

Era costume dos reis mandarem construir as masmorras nos palácios bem debaixo da sala do trono.

Portanto, da masmorra ao trono havia uma pequena distância.

João Batista, da masmorra, vociferava contra Herodes:

“14. E ouviu isso o rei Herodes (porque o nome de Jesus se tornara notório) e disse: João, o que batizava, ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele. 15. Outros diziam: É Elias. E diziam outros: É um profeta ou como um dos profetas. 16. Herodes, porém, ouvindo isso, disse: Este é João, que mandei degolar; ressuscitou dos mortos. 17. Porquanto o mesmo Herodes mandara prender a João e encerrá-lo manietado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, porquanto tinha casado com ela. 18. Pois João dizia a Herodes: Não te é lícito possuir a mulher de teu irmão” (Marcos 6:14 a 18).

O texto sagrado diz que: “19. E Herodias o espiava e queria matá-lo, mas não podia; 20. porque Herodes temia a João, sabendo que era varão justo e santo; e guardava-o com segurança e fazia muitas coisas, atendendo-o, e de boa vontade o ouvia” (Marcos 6:19 e 20).

Pelo que sabemos da história de João Batista, podemos imaginar que ele não ficava quieto na masmorra e gritava contra o pecado de Herodes.

Apesar da boa vontade de Herodes em ouvi-lo, certamente a influência de Herodias e a irritação de ouvir seu pecado apregoado em alto e bom som, fizeram com que João Batista fosse morto.

Do trono se ouvia o grito profético contra o pecado, diretamente da masmorra.

É interessante a palavra do ladrão na cruz: “E disse a Jesus: Senhor lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino” (Lucas 23:42).

Muito interessante é pensar que o ladrão na cruz já tinha ouvido falar de Jesus e do Seu Reino.

Maravilhosa é a resposta de Jesus: “E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso” (Lucas 23:43).

Jesus lhe afirmou nessa frase: claro que me lembrarei de você no meu Reino.

Onde você está hoje?

Em algum tipo de masmorra ou prisão?

Lembre-se: clame ao seu Deus com gritos e brados.

Saiba que você está tão perto do trono que seu clamor já está sendo ouvido.

Clame agora!

ASPECTO DIVINO:

Deus é o nosso Deus que quer que o lembremos das suas palavras, para que elas se cumpram em nossas vidas.

“Procura lembrar-me; entremos em juízo juntamente; apresenta as tuas razões, para que te possa justificar” (Isaías 43:26 - RC).

Ele nos incentiva a lembrá-Lo para que entremos juntamente com Ele para que possa nos justificar.

Justificar diante de quem?

Do inimigo de nossas almas.

O texto é grande, mas creio ser importante que o leiamos todo, para que haja entendimento de todo o propósito de Deus para conosco, ao nos incentivar para que O lembremos de situações e promessas:

“1. Mas, agora, assim diz o Senhor que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não temas, porque eu te remi; chamei-te pelo teu nome; tu és meu. 2. Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti. 3. Porque eu sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador; dei o Egito por teu resgate, a Etiópia e Sebá, por ti. 4. Enquanto foste precioso aos meus olhos, também foste glorificado, e eu te amei, pelo que dei os homens por ti, e os povos, pela tua alma. 5. Não temas, pois, porque estou contigo; trarei a tua semente desde o Oriente e te ajuntarei desde o Ocidente. 6. Direi ao Norte: Dá; e ao Sul: Não retenhas; trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra, 7. a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz. 8. Trazei o povo cego, que tem olhos; e os surdos, que têm ouvidos. 9. Todas as nações se congreguem, e os povos se reúnam; quem dentre eles pode anunciar isto e fazer-nos ouvir as coisas antigas? Apresentem as suas testemunhas, para que se justifiquem, e para que se ouça, e para que se diga: Verdade é. 10. Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, e o meu servo, a quem escolhi; para que o saibas, e me creiais, e entendais que eu sou o mesmo, e que antes de mim deus nenhum se formou, e depois de mim nenhum haverá. 11. Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há Salvador. 12. Eu anunciei, e eu salvei, e eu o fiz ouvir, e deus estranho não houve entre vós, pois vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus. 13. Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá? 14. Assim diz o Senhor, teu Redentor, o Santo de Israel: Por amor de vós, enviei inimigos contra a Babilônia e a todos farei descer como fugitivos, isto é, os caldeus, nos navios com que se vangloriavam. 15. Eu sou o Senhor, vosso Santo, o Criador de Israel, vosso Rei. 16. Assim diz o Senhor, o que preparou no mar um caminho e nas águas impetuosas, uma vereda; 17. o que trouxe o carro e o cavalo, o exército e a força; eles juntamente se deitaram e nunca se levantarão; estão extintos e como um pavio, se apagaram. 18. Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. 19. Eis que farei uma coisa nova, e, agora, sairá à luz; porventura, não a sabereis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo. 20. Os animais do campo me servirão, os dragões e os filhos do avestruz; porque porei águas no deserto e rios, no ermo, para dar de beber ao meu povo, ao meu eleito. 21. Esse povo que formei para mim, para que me desse louvor. 22. Contudo, tu não me invocaste a mim, ó Jacó, mas te cansaste de mim, ó Israel. 23. Não me trouxeste o gado miúdo dos teus holocaustos, nem me honraste com os teus sacrifícios; não te fiz servir com ofertas, nem te fatiguei com incenso. 24. Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me encheste, mas me deste trabalho com os teus pecados e me cansaste com as tuas maldades. 25. Eu, eu mesmo, sou o que apaga as tuas transgressões por amor de mim e dos teus pecados me não lembro. 26. Procura lembrar-me; entremos em juízo juntamente; apresenta as tuas razões, para que te possa justificar” (Isaías 43:1 a 26 – RC).

Saiba que Deus é Deus que se lembra de suas promessas feitas a nós.

Cada uma de suas promessas tem o Seu sim.

“E lembrou-se Deus de Noé, e de todo animal, e de toda rês que com ele estava na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e aquietaram-se as águas” (Gênesis 8:1).

“Dá sustento aos que o temem; lembrar-se-á sempre da sua aliança” (Salmo 111:5).

“Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia...” (Lucas 1:54).

“... para usar de misericórdia com os nossos pais e lembrar-se da sua santa aliança...” (Lucas 1:72)

CONCLUSÃO:

O que você deve trazer à memória?

Aquilo que pode lhe dar esperança.

Aquilo que vai atrair as misericórdias do Senhor sobre sua vida.

“21. Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. 22. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; 23. renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lamentações de Jeremias 3:21 a 23).

“11. Vós, os que temeis ao Senhor, confiai no Senhor; ele é vosso auxílio e vosso escudo. 12. O Senhor, que se lembrou de nós, abençoará; abençoará a casa de Israel; abençoará a casa de Arão. 13. Abençoará os que temem ao Senhor, tanto pequenos como grandes. 14. O Senhor vos aumentará cada vez mais, a vós e a vossos filhos. 15. Sede benditos do Senhor, que fez os céus e a terra. 16. Os céus são os céus do Senhor; mas a terra, deu-a ele aos filhos dos homens. 17. Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio. 18. Mas nós bendiremos ao Senhor, desde agora e para sempre. Louvai ao Senhor!” (Salmo 115:11 a 18 – RC).

Traz-me, Senhor, à memória aquilo que pode me dar esperança!

Ap. Osvaldo Boccato Bertoni - 08.11.2009

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