domingo, 1 de novembro de 2009

A prosperidade da alma





INTRODUÇÃO

Esta é uma noite para derrubarmos as muralhas do orgulho e da avareza, limparmos o nosso coração de todo ressentimento e mágoa e tomarmos posse que Deus tem reservado para cada um de nós uma alma próspera.

Deus está nos convidando a viver em um novo nível de maturidade com Ele de forma que as nossas vidas não sejam mais as mesmas mas para que todos nós que já fomos lavados e remidos com o sangue de Jesus possamos andar em novidade de vida, cumprindo o propósito eterno de Deus em nossas vidas!

“Amado, acima de tudo, faço votos por tua prosperidade e saúde, assim como é próspera a tua alma” (3João 2).

Neste pequeno versículo está uma grande revelação de Deus para nossas vidas.

Jesus ensinou que se nós, que somos maus, sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, quanto mais o Pai Celestial não dará coisas boas aos que lhe pedirem?:

“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?” (Mateus 7:11).

Assim como um pai terreno deseja o melhor para seus filhos, o Pai Celeste também deseja o melhor para os seus. Paulo declarou aos romanos que se Deus “não poupou a seu próprio Filho, mas por todos nós o entregou, como não nos dará também com ele todas as coisas?” (Romanos 8:32).

É indiscutível o fato de que Deus quer o nosso melhor. O apóstolo estava dizendo aos cristãos de Roma que se o Pai Celeste deu o que tinha de melhor – Jesus – não há nada que Ele não possa nos dar!

Creio que Deus deseja nossa prosperidade, o melhor para cada um de nós.

Mas o que é prosperidade? A Concordância de Strong define a palavra grega traduzida como “prosperidade” (euodoo), da seguinte forma:

ter uma viagem rápida e bem sucedida, conduzir por um caminho fácil e direto;
garantir um bom resultado, fazer prosperar; e,
ser bem sucedido.

A palavra também era aplicada no sentido material, mas também reflete a idéia de ir bem em todas as coisas: “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for” (1Coríntios 16:2).

Prosperar, portanto, não é só ter necessidades materiais supridas, mas IR BEM na vida espiritual, ministerial, familiar, na saúde e no trabalho.

Deus quer que prosperemos, e nós mesmos desejamos isto. Mas a prosperidade que experimentaremos do lado de fora, nas circunstâncias, está diretamente ligada à prosperidade que provamos do lado de dentro, na alma.

João declarou a Gaio: “Quero que você seja próspero... como é próspera a tua alma”.Ou, em outras palavras: “

Quero que você prospere TANTO QUANTO sua alma é próspera”. Podemos dizer que se a alma de Gaio fosse pouco próspera, João estaria desejando que ele fosse tão pouco próspero quão pouco próspera era sua alma. Mas sendo ele muito próspero, então o apóstolo então estaria dizendo que gostaria que Gaio fosse muito próspero como muito próspera também era a sua alma. Entender a prosperidade da alma é um passo importante para se prosperar nas circunstâncias, uma vez que o que provamos por dentro pode determinar a dimensão do que provaremos por fora.

A PROSPERIDADE PODE SE TORNAR EM MALDIÇÃO

Quando prosperamos por fora sem ter uma alma prospera nossas escolhas nos levam a maldição

Tanto na Escritura Sagrada quanto na história, encontramos exemplos de pessoas que prosperaram exteriormente sem prosperarem interiormente, e o resultado é sempre o mesmo: a bênção acaba se tornando em maldição. Um destes exemplos registrados na Bíblia é do rei Uzias e ficou registrado em 2Crônicas 26:5: “Propôs-se buscar a Deus nos dias de Zacarias, que era sábio nas visões de Deus; nos dias em que buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar”.
Com a bênção de Deus, Uzias alcançou aquilo que, sozinho, não teria alcançado: “...divulgou-se a sua fama até muito longe, porque foi MARAVILHOSAMENTE AJUDADO, até que se tornou forte”
(2Crônicas 26:15b).

Entretanto, seu coração mudou quando alcançou prestígio e poder. Suas conquistas o levaram a agir de forma errada: “Mas, havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus” (2Crônicas 26:16).

Porque a prosperidade circunstancial não foi acompanhada da prosperidade de alma, aquilo que deveria ser bom, se tornou algo ruim.

E a história de Uzias se repete na vida de muitos outros em nossos dias. Nossas Igrejas estão repletas de histórias de gente que buscou ao Senhor, alcançou o sucesso em sua vida profissional, familiar, ministerial, mas não se deixou prosperar na alma na mesma proporção em que propsperou nestas áreas.

O resultado é sempre o mesmo: não souberam lidar com sua nova condição. A fama, o prestígio, a promoção, as conquistas e o dinheiro os levaram a ruína. Muitos terminaram longe de Deus e sem estas coisas, exatamente do jeito que Paulo advertiu a Timóteo: “Ora, os que querem ficar ricos caem em tentação, e cilada, e em muitas concupiscências insensatas e perniciosas, as quais afogam os homens na ruína e perdição. Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores” (1Timóteo 6:9 e 10).

Muitos já enriqueceram às custas de perderem outros valores interiores, inclusive sua própria fé e santidade.

Este não é o desejo de Deus para nós. Por isso devemos propsperar em nossa alma. Uma alma próspera é aquela que não se prende à ganância e avareza. É despojada do egoísmo e do orgulho. Se uma pessoa está prosperando materialmente mas seu coração se prende ao dinheiro, é porque sua alma não vai bem.

É este entendimento que percebemos na oração de Agur: “Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; dá-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? Ou que, empobrecido, venha a furtar e profane o nome de Deus” (Provérbios 30:7 a 9).

Ele examina sua alma e reconhece dois perigos: o de pela pobreza furtar e quebrar princípios divinos e também o de prosperar e se esquecer de Deus. Se a prosperidade de alguém o privar da comunhão com Deus, então ela se transformou em maldição.

A condição de nossa alma pode se tornar um fator limitante para a prosperidade exterior. Assim como um pai não deseja presentear um filho com algo que o prejudique, também o Senhor não deseja nos acrescentar algo que nos afaste de seu propósito.

Mas, se por um lado a oração de Agur reflete o entendimento de que a bênção não pode nos afastar de Deus, por outro não deve gerar em nós o sentimento de que nossa atual condição interior deve servir de limite à prosperidade exterior. Se percebemos um coração que se afastará de Deus com a riqueza, devemos buscar o desprendimento, que é uma das evidências da prosperidade interior.

MUDANDO O CORAÇÃO

A prosperidade não deve ser evitada pelo risco de ser transformada em maldição. Se assim fosse, Deus nunca prosperaria alguém como Uzias. O conselho divino é que policiemos nosso coração: “...se as vossas riquezas prosperam, não ponhais nelas o coração” (Salmo 62:10).

Devemos manter nosso íntimo alinhado com os princípios e valores do Reino de Deus, de modo que a prosperidade material não nos leve à ganância, avareza e egoísmo. Não precisamos de uma mentalidade franciscana que foge da riqueza como se este fosse o problema. Devemos permitir que nossa alma seja tratada pela Palavra de Deus e pela ação do Espírito Santo. Assim como não fugimos deste mundo nos trancando num convento para tentarmos nos santificar escondendo-nos do pecado, também não fugimos do dinheiro e da prosperidade para não pecar. Devemos tratar com nosso coração, e nos manter conscientes de qual é nosso maior tesouro.

Algumas pessoas se baseiam na oração de Agur para evitarem a prosperidade. Mas não entendem a essência da oração dele, que é não querer prosperar se isto significa afastar-se de Deus. Se percebemos em nosso íntimo uma inclinação a isto, devemos buscar o trato de Deus e a vitória sobre este tipo de inclinação. Não oro como Agur; peço a Deus que me faça prosperar na alma, que me prepare para prosperar do lado de fora sem que isto se torne um problema.

VENCENDO O EGOÍSMO

Um outro texto que tem sido mal entendido por muitos cristãos é o que fala sobre juntar tesouros no céu: “Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a terra, onde a traça e a ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam; mas ajuntai para vós outros tesouros no céu, onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam; porque, onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6:19 a 21).

Alguém disse que Jesus ensinou que não podemos ter tesouros aqui na terra, mas não foi isto que ele disse. Ele disse: “não ACUMULEIS para vós tesouros sobre a terra”. Esta palavra traduzida do original grego como “acumular” é “thesaurizo”. De acordo com a Concordância de Strong, significa: “ajuntar e armazenar, amontoar, acumular riquezas, manter em estoque, armazenar, reservar”. Há algo sobre a prosperidade da alma que precisamos entender: ela nos leva a viver acima do egoísmo. O propósito de prosperarmos materialmente não é o de REPRESAR os recursos só para nós, mas o de COMPARTILHARMOS o que Deus nos dá. Devemos ser como o leito de um rio, por onde os recursos sempre passam; não param de entrar mas também não param de sair.

Juntar tesouros no céu é algo que se faz não só investindo no galardão que vem através de se ganhar almas, orar e jejuar, etc. Todas as vezes que o Novo Testamento fala sobre juntar tesouros no céu, envolve algo que a pessoa faz com seus recursos terrenos. O Senhor Jesus disse ao jovem rico para vender seus bens e dar aos pobres, e disse que isto significaria ter um tesouro no céu (Mt.19:21). Muita gente acha que ter um tesouro no céu é não ter nenhum tesouro na terra. Mas, em outro texto bíblico, vemos o princípio de entesourar no céu sem deixar de ter posses na terra; Paulo disse a Timóteo: “Exorta aos ricos do presente século que... pratiquem o bem, sejam ricos de boas obras, generosos em dar e prontos a repartir; que acumulem para si mesmos tesouros, sólido fundamento para o futuro, a fim de se apoderarem da verdadeira vida” (1Timóteo 6:17 a 19).

Ou seja, uma pessoa não precisa ficar sem tesouros na terra para ajuntar nos céus. Ela tem que aprender a não represar para si, mas transbordar para outros. A razão pela qual muitos não alcançam uma maior prosperidade em Deus é justamente pela mentalidade egoísta de querer represar só para si. Precisamos entender que muitas vezes Deus não vai responder algumas orações que são puramente egoístas: “Pedis e não recebeis, porque pedis mal, para esbanjardes em vossos prazeres” (Tiago 4:3).

Quando o que a pessoa quer receber de Deus é só para si mesma, isto é visto como desperdício, como esbanjamento. O plano divino é de que transbordemos. O que alcançamos nunca deve ser só para nós mesmos, mas para compartilhar com outros. Foi isto que o apóstolo Paulo ensinou na carta aos Efésios: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade” (Efésios 4:28). Não podemos ganhar apenas o suficiente para nossas necessidades, mas para suprir a necessidade de outros também (além de contribuirmos com o Reino de Deus). E vencer o egoísmo, criando uma mentalidade de transbordar recursos, é prosperar na alma.

VENCENDO O ORGULHO

Além do egoísmo, um dos venenos que atingem a nossa alma e nos impedem de ser interiormente prósperos, é o orgulho. Paulo mandou Timóteo advertir acerca deste perigo: “Exorta aos ricos do presente século que não sejam orgulhosos, nem depositem a sua esperança na instabilidade da riqueza, mas em Deus, que tudo nos proporciona ricamente para nosso aprazimento” (1Timóteo 6:17).

Uma inclinação normal do ser humano é achar que suas conquistas são fruto de seu esforço e habilidade e esquecer da intervenção de Deus. Nabucodonozor foi julgado por isto (Dn.4:29-36). Mas depois de sair de seu estado de loucura, louvou a Deus e falou de como Deus humilha ao que anda na soberba: “Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto e glorifico ao Rei do céu, porque todas as suas obras são verdadeiras, e os seus caminhos, justos, e pode humilhar aos que andam na soberba” (Daniel 4:37).

Quando colocou seu povo na terra de Canaã, o Senhor também os advertiu a não se tornarem orgulhosos de suas conquistas: “Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê” (Deuteronômio 8:17 e 18).

A soberba precede a queda: “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda” (Provérbios 16:18). Portanto, só poderemos ter prosperidade permanente do lado de fora se nossa alma prosperar vencendo o orgulho e trilhando o caminho da humildade.

VIVENDO A PROSPERIDADE INTERIOR

Passamos a viver a prosperidade interior quando Deus é nosso maior valor, e O colocamos (com seus valores) antes de qualquer outra coisa. Um dos textos bíblicos que melhor reflete este equilíbrio (da prosperidade externa ser proporcional à interna), é a declaração do Senhor Jesus Cristo sobre colocar o reino de Deus em primeiro lugar: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas” (Mateus 6:33).

Se prosperamos espiritualmente, prosperaremos física e materialmente. Que o Senhor nos ajude a alcançar isto!

(Texto original: Pr. Luciano Subirá)

Adaptações e insersões: Rodrigo Feitosa - 01.11.2009

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