Fazer bem aos domésticos da fé

“Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principamente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:10).

INTRODUÇÃO:

O que é doméstico?

É aquilo que é concernente à vida da família; familiar, caseiro, íntimo.

Trazendo para nossa realidade pessoal: são as pessoas primeiramente da nossa família física, genética.

Depois, para nós evangélicos, são os nossos irmãos em Cristo, começando da igreja onde congregamos e depois se espalhando para o Corpo de Cristo espalhado na face da terra.

Paulo ao falar para a Igreja na Galácia, conforme o texto que iremos ler, dá algumas instruções à respeito do nosso viver diário com os domésticos da fé.

Queremos estudar algumas dessas situações mencionadas no texto.

IRMÃOS QUE PECAM E O NOSSO PRÓPRIO PECADO:

O pecado é sempre um fardo, um peso muito grande, para todos os que pecam.

“1. Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado. 2. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo. 3. Pois, se alguém pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. 4. Mas prove cada um a sua própria obra, e então terá motivo de glória somente em si mesmo, e não em outrem; 5. porque cada qual levará o seu próprio fardo” (Gálatas 6:1 a 5).

Dentro do Corpo de Cristo sempre estaremos convivendo com o nosso próprio pecado e com o pecado dos demais irmãos.

O pecado nunca fica escondido, mas quando satanás consegue o seu intento com um filho de Deus, ele faz com que o pecado venha à tona, apareça e envergonhe o imão e às vezes até traga escândalo para o Corpo de Cristo.

Qual tem sido nossa atitude quando alguém é surpreendido em algum delito?

Temos sido críticos da própria pessoa (que é parte do meu próprio Corpo) ou dos líderes, que muitas vezes julgamos que não tomaram as medidas que deveriam ter sido tomadas?

A recomendação de Paulo é:

• Nós, os espirituais, corrijamos com espírito de mansidão.
• Cuidemos de nós próprios para que a brecha que atingiu o Corpo de Cristo não venha sobre a nossa própria vida.
• Ajudemos o irmão a levar essa sua carga (não é diretamente nossa, mas sim o é coletivamente).
• Não nos consideremos isentos de pecar da mesma forma, mas cuidemos de nós mesmos, provando-nos a nós próprios na nossa forma de proceder.
• Tenhamos consciência de que apenas ajudaremos o irmão que pecou levar sua carga, mas o fardo é dele, e ele levará o fardo, ajudado por nós, até que consiga entregar esse fardo sinceramente a Jesus.

IRMÃOS QUE DISCIPULAM E IRMÃOS QUE SÃO DISCIPULADOS:

“6. E o que está sendo instruído na palavra, faça participante em todas as boas coisas aquele que o instrui” (Gálatas 6:6).

É interessante, meus irmãos, que gostamos de ter discipuladores sobre as nossas vidas, porque quando somos apertados (por Deus ou pelo diabo) corremos para o discipulador e pedimos ajuda.

Pedimos que orem por nós.

Pedimos que intercedam constantemente por nós dizendo: Meu discipulador, não se esqueça de orar sempre por este meu pedido.

Os discipuladores nos instruem na Palavra e às vezes demoramos muito em responder com ações próprias ao que foi ensinado.

Deixamos para depois, pois cumprir o que foi ensinado nos custa algo naquele momento.

E quando obtemos uma vitória, em cima do ensinameno que nos foi passado, qual tem sido a nossa atitude?

Às vezes somos surpreendimentos pelo fato de que o nosso discípulo teve a situação resolvida, depois de muito tempo que a bênção que pedimos a Deus ter acontecido.

Esqueceu-se de nos contar a bênção.

É comum, na hora que passamos a nossa carga para o outro (discipulador) descansarmos de tal maneira que nem nos lembramos de contar a bênção.

Paulo recomenda: “6. E o que está sendo instruído na palavra, faça participante em todas as boas coisas aquele que o instrui” (Gálatas 6:6).

Se Paulo faz expressamente essa orientação é porque desde o início da Igreja cristã esse problema já se manifestava no meio do Corpo de Cristo.

A COLHEITA DA NOSSA SEMEADURA:

“7. Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará. 8. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. 9. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido. 10. Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principamente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:7 a 10).

Qual tem sido a nossa semeadura?

De amor?

De renúncia?

De apreço?

De ajuda?

De reconhecimento?

Que tipo de semente temos semeado?

Ouvi a seguinte história:

“MIOLO DE PÃO"

Um casal tomava café no dia das suas bodas de ouro (50 anos de casados).

A mulher passou a manteiga na casca do pão e deu para o seu marido, ficando com o miolo.

Pensou ela: - "Sempre quis comer a melhor parte do pão, mas amo demais meu marido e, por 50 anos, sempre lhe dei o miolo. Mas hoje quis satisfazer omeu desejo".

Para sua imediata surpresa o rosto do marido abriu-se num sorriso sem fim e ele lhe disse:

- Muito obrigado por este presente, meu amor. Durante 50 anos, sempre quis comer a casca do pão, mas como você sempre gostou tanto dela, eu jamais ousei pedir!

Assim é a vida...

Muitas vezes nosso julgamento sobre a felicidade alheia pode ser responsável pela nossa infelicidade...

Diálogo, franqueza, com delicadeza sempre, são o melhor remédio.

Paulo fala sobre semeadura, dando ênfase ao fato de que devemos semear boas sementes para termos excelentes colheitas.

Semeia na carne, colhe na carne.

Se usarmos o termo carne no sentido de “carnal” (pecaminoso) colheremos corrupção.

Se semearmos boas sementes no reino natural, colheremos excelentes colheitas no reino natural.

Se semearmos nas emoções, colheremos no emocional.

Se semearmos no espírito, colheremos no espiritual.

Tenhamos sempre em mente que devemos ter cuidado com a nossa semeadura, principalmente quando estamos num contexto de domésticos da fé.

Qual a recomendação de Paulo?:

“10. Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principamente aos domésticos da fé” (Gálatas 6:10).

“... nada façais por contenda ou por vanglória, mas com humildade cada um considere os outros superiores a si mesmo; ...” (Filipenses 2:3).

Se isto acontecer, certamente se cumprirá em nós as bênçãos que Deus nos tem prometido, através da carta de Paulo aos Gálatas:

“E a todos quantos andarem conforme esta norma, paz e misericórdia sejam sobre eles e sobre o Israel de Deus” (Gálatas 6:16).

Amém!

Ap. Bertoni