domingo, 30 de julho de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 12/23

O AMOR AOS IRMÃOS E O ÓDIO AO MUNDO

TEXTO BÁSICO: 1João 3:11 a 18

INTRODUÇÃO:

O Apóstolo João mostra claramente que para demonstrarmos que somos filhos de Deus, o DNA espiritual (que nos dá certeza desta paternidade) faz com que amemos os nossos irmãos de fato e de verdade. Trás à tona o mesmo tema de Tiago: “... mostra-me essa tua fé sem obras, e eu, com as obras, te mostrarei a minha fé” (Tiago 2:18b).

EXAMINANDO OS TERMOS:
AMOR: (1João 3:11, 14, 16, 17 e 18)
Nestes cinco versículos que João usa a palavra “amor”, a tradução vem do verbo grego agapaó “agapaó”.

Temos no grego pelo menos quatro palavras que são traduzidas no português por “amor”: Eros “eros” = amor físico, sexual, que deu em português palavras como “erotismo”; Fileo “fileo” = amor de irmãos, amor de amizade, de companheirismo, que deu em português palavras como “filantropia”; Estorge “estorge” = amor familiar entre pais e filhos e irmãos; e, Agape “ágape” = amor sacrificial, o amor de Deus ou o modo de vida que se baseia no amor de Deus.

Paulo, em Efésios 5:25 a 30 nos fala do tipo do amor com que o marido deve amar sua esposa, e Paulo usa o verbo “agapaó”, mostrando que como Cristo se sacrificou pela Igreja, amando-a, entregando-se por ela, santificando-a pela lavagem de água (que é a Palavra de Deus), para apresentá-la muito bonita para Deus, é assim que o marido deve amar sua esposa.

É assim que devemos nos amar, com o amor sacrificial de Jesus Cristo.

ÓDIO: (1João 3:13 e 15)
No grego o termo é miseo “miseo” que aparece por 39 vezes, e significa aversão, hostilidade, desdém, malignidade, malquerença, etc.

Para os cristãos o ódio pode ser um sentimento legítimo, quando este ódio é voltado para a idolatria, o pecado, a adoração insincera e distorcida e etc.

Usualmente, porém, o ódio é uma forma maligna de má vontade algumas vezes vinculada ao temor de que o objeto odiado seja capaz de prejudicar a quem odeia. A ira, quase sempre, é um elemento que faz parte do ódio.

EXAMINANDO O TEXTO:
Não podemos nos esquecer, nunca, que a Palavra de Deus tem como base a prática do amor, desde o início.

Amor a Deus, primeiramente e supremamente e amar ao próximo, como a nós mesmos. Temos que amar em três direções: Deus, humanidade e amor próprio.

As obras de Caim eram más, pois tinha desejos injustos dentro do seu coração, e permitiu que o maligno (satanás) tomasse o seu coração, a ponto de assassinar o seu irmão (leia Gênesis 4:4 a 7).

Espiritualmente é isto o que acontece hoje quando não amamos verdadeiramente os nossos irmãos: assassinamos.

A lei de Moisés dizia que poderíamos odiar aos nossos inimigos. Jesus implanta a lei do Amor, conforme vemos em Mateus 5:43 a 48 (leia).

O mundo nos odeia, porque pertencemos a Deus. Aliás, Jesus já dizia isto, conforme podemos ler em João 15:17 a 19. O ódio ao irmão nos torna assassinos. O que não ama a seu irmão permanece na morte espiritual.

Quando amamos os nossos irmãos temos certeza de vida eterna, pois passamos da morte para a vida.

O amor de Jesus produz em nós o amor aos nossos irmãos. Como Jesus deu a sua vida por nós (quando isto é verdadeiro em nós), nós procuraremos fazer tudo o que melhor atender a necessidade de amor dos meus irmãos.

O amor é muito prático: para que as pessoas sintam o amor de Deus nós vamos atendê-los em suas necessidades materiais, amando de fato, não de palavras, não da boca para fora.

Aps. Bertoni e Alice – 30.7.2000

domingo, 23 de julho de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 11/23

OS FILHOS DE DEUS E OS FILHOS DO MALIGNO

TEXTO BÁSICO: 1João 3:7 a 10

INTRODUÇÃO:

O DNA espiritual é realmente o elemento distintivo daquele que é filho de Deus e daquele que é filho do diabo. Os DNA’s são totalmente diferentes, dependendo de quem é o pai: Deus ou o diabo.

EXAMINANDO OS TERMOS:
PROCEDE: (1João 3:8)
Proceder significa: ter seguimento, prosseguir, ir por diante, ter conseqüências, comportar-se, descender, ter origem.

Portanto, deixa bem clara a idéia de quem procede de alguém, deve ter as mesmas características daquele de quem se procede, pois está claramente expressa a idéia de que vai dar-se seguimento a algo que já aconteceu anteriormente, de algo que inclui o fato de se ter conseqüências.

NASCIDO (DE NOVO): (1João 3:9) [ver também João 3:3]
Do ponto de vista judaico, a água simboliza as operações do Espírito Santo. Assim, sendo, o novo nascimento ocorre mediante a operação do Espírito.

Não significa o batismo cristão, no sentido de regeneração batismal. A água é simples símbolo, no batismo, de algo que já ocorreu no mundo do Espírito: o novo nascimento. Nicodemos não poderia ter entendido Jesus a respeito de algo que somente foi instituído bem posteriormente à essa palavra de Jesus. Não pode também significar o batismo pregado e praticado por João Batista. Não significa também as cerimônias de purificação das cerimônias judaicas (nascer da água e do Espírito).

De fato o novo nascimento é a obra de gerar novamente um espírito que estava amortecido, para as coisas de Deus, pelo pecado de Adão.

EXAMINANDO O TEXTO:
A idéia de João é que ninguém fique tolamente se deixando enganar por frutos que não procedem da Videira Verdadeira (Jesus Cristo).

O fruto de alguém que é justo, será manifestado por justiça. Se procedermos de Deus (que é Justo) nós nos tornamos seus filhos e, assim, nós seremos justos e praticaremos a justiça, à semelhança de Deus. Afinal, somos seus filhos.

Agora, por outro lado, aquele que pratica o pecado, procede do diabo. O diabo vive pecando, e isto, diz a Palavra, desde o início da criação de Deus (antes de Adão). O diabo sempre, desde a sua queda, esmerou-se em fazer obras que lhes são próprias.

Jesus, o Justo, veio para destruir as obras do diabo. Não veio compactuar com essa obra, mas, pelo contrário, veio para mostrar exatamente que é o diabo que quer que os homens se percam, fazendo as suas obras.

As características daquele que não é nascido de novo é que essa pessoa vive pecando, e acalma a sua alma, dizendo que o que faz não é pecado.

Deus nos quer na posição não de pecadores procurando ser santos, mas sim de santos que procuram não pecar.

Não nascido de novo: pratica constantemente o pecado; não pratica a justiça; não ama a seu irmão.
Nascido de novo: pratica a justiça; não vive na prática do pecado; ama a seu irmão.
No que é nascido do diabo (não passou pelo novo nascimento em Jesus Cristo), permanece nele a maligna semente (DNA espiritual do diabo).

No que é nascido de Deus, permanece a divina semente (DNA espiritual de Deus). Somos filhos de Deus e precisamos manifestar nas nossas vidas frutos de verdadeiro arrependimento e de verdadeira conversão (mudança radical de rumo).

"Na verdade, seremos reconhecidos uns dos outros, de que pertencemos à mesma família, por causa do amor que nos une" (João 13:35).

Aps. Bertoni e Alice – 23.7.2000

domingo, 16 de julho de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 10/23

DEUS PAI É SANTO E SEUS FILHOS TAMBÉM SÃO SANTOS

TEXTO BÁSICO: 1João 3:1 a 6.

INTRODUÇÃO:

A herança genética faz com que os filhos tenham as mesmas características dos pais, isto no mundo físico. No mundo espiritual, quando alguém nasce de novo, e portanto, através do Filho de Deus, se torna filho de Deus, o DNA espiritual é totalmente transferido e, portanto, como Ele é Santo nós somos também.

EXAMINANDO OS TERMOS:
PURIFICA: (1João 3:3)
Purificação vem do latim “purus” (limpo, claro, casto, sem defeito, puro) e “facere” (fazer), dando a entender qualquer agência ou condição que purifica a alguém, em sentido ético, espiritual, ritual ou cerimonial.

O sentido ritualista do Velho Testamento ficou totalmente de fora para a Igreja do Senhor Jesus Cristo.

“E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez e, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação” (Hebreus 9:27 e 28).

Não é mais por rituais, mas por vida moral transformada, que somos purificados. Lamentavelmente, a Igreja cristã, em alguns dos seus segmentos, retém elementos ritualistas de purificação em suas várias formas de legalismo.

ESPERANÇA: (1João 3:3)
No dicionário português vemos que esperança é espera de um bem, cuja posse se reputa como provável. Esperança é uma das virtudes teologais, pela qual o cristão espera de Deus, com firme confiança, a graça durante a vida e o céu depois da morte.

Esperança é uma causa secundária da salvação, porquanto exibe vividamente a salvação aos olhos do crente, fazendo-o esforçar-se por obtê-la.

Fomos salvos, verdadeiramente, em forma potencial e imperfeita, mas a nossa plena salvação ainda é motivo de esperança, pelo que também não é um acontecimento passado, mas ainda jaz no futuro.

EXAMINANDO O TEXTO:
João, o apóstolo do amor, mais uma vez ressalta o grande amor de Deus em nosso favor (João 3:16), e por esse amor fomos chamados “filhos de Deus”.

E ele afirma que de fato somos filhos de Deus. Isto nos faz sermos desconhecidos pelo mundo (o mundo não quer nos reconhecer porque não tem a mesma paternidade – DEUS PAI).

João começa então a explicar que ainda a manifestação perfeita do que somos, ou haveremos de ser, não aconteceu. Pois quando isto acontecer a nossa semelhança (aparência de igualdade) a Ele fará com que nós o enxerguemos da maneira que Ele verdadeiramente é. A adoção já aconteceu mas o Pai ainda não nos levou para morar com Ele.

Por causa dessa esperança que temos, por causa do DNA espiritual que nos foi dado, temos nos purificado e temos que nos purificar de toda a imundícia. Ele é tão PURO que nós somente poderemos morar na Sua casa totalmente purificados.

A comprovação de que fomos feitos filhos (recebemos do DNA espiritual) é de que conhecemos a lei do pecado e nos afastamos de pecar. Sabemos que NOSSO PAI não peca, nem n’Ele existe pecado e assim queremos ser puros como Ele é puro.

Se alguém vive (passa a vida) pecando tem que ser contestada a paternidade, tem que ser examinado se o DNA espiritual está nessa pessoa.

Aps. Bertoni e Alice – 16.7.2000

domingo, 9 de julho de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 9/23

A UNÇÃO DO ESPIRITO SANTO

TEXTO BÁSICO: 1João 2:27 a 29

INTRODUÇÃO:

A Unção do Espírito Santo é tudo quanto hoje a Igreja precisa, pois ela nos revela todo o “rema” da palavra, nos ensinando tudo o que precisamos.

EXAMINANDO OS TERMOS:
ENSINO: (1João 2:27)
Didaquê “didaquê” no grego deu em português a palavra “didática”, que é a arte de ensinar, ou o domínio corrente da atividade educativa, de instrução.

Não se cogita aqui, porque vai contra todo o ensino do Novo Testamento, que não precisemos de mestres, dentro do Cristianismo. O que João estava dizendo é que não precisamos de nenhum mestre do gnosticismo, que somente poderia trazer contaminação para a vida cristã. Aí sim, a confiança que temos é que não seremos enganados, por causa do Espírito Santo que nos ensina todas as coisas. Se vier um mestre nos ensinar algo errado teremos um sinal de alerta do Espírito Santo.

CONFIANÇA: (1João 2:28)
parrhsia “parrhesia”, no grego, que é “ousadia”, aparecendo desta forma 31 vezes no Novo Testamento.

Os filhos de Deus confiam no Irmão mais velho e no Pai. Sabem que foram e continuarão a ser aceitos no Amado (Jesus).

Temos que ter confiança que o Filho foi providenciar tudo para depois vir nos buscar na sua segunda vinda (parousia “parousia”, no grego).

JUSTO / JUSTIÇA: (1João 2:29)
dikaiosunh “dikaiosune”, no grego, que é “probidade de caráter, retidão”, tornando-se um sinônimo virtual de cristianismo. Espera-se que um cristão seja justo.

No português a palavra deriva do latim “jus” e quer dizer direito, lei. A justiça consiste na preocupação exata e escrupulosa pelos direitos alheios e pelo relacionamento do indivíduo com o Juiz Supremo, Deus. A justiça requer atos de retidão e não meras palavras ou aceitação de certos ideais. O homem justo age corretamente, de forma altruísta. De acordo com o ensino da Palavra de Deus, ninguém pode ser justo por si mesmo, mas recebe através de um dos atributos comunicáveis de Deus, vindo através de Cristo sobre nós.

EXAMINANDO O TEXTO:
Fomos, ou devemos ser, todos, batizados pelo Espírito Santo ou no Espírito Santo e assim estará sobre nós uma unção que nos dará esclarecimentos que serão inconfundíveis, quando vier alguém nos ensinar coisas erradas.

Isto está conforme o Evangelho de João 14:26 e 16:13, quando Jesus nos fala de que Ele enviará o Espírito Santo que nos ensinará todas as coisas e nos fará lembrar das coisas que Ele ensinou.

Há uma condição para não sermos enganados pelo mundo e por satanás: Permanecer Nele.

O fato de permanecermos Nele nos dará a condição de não sermos enganados e ao mesmo tempo estarmos nos preparando, a cada dia em santificação para a sua segunda vinda, quando então seremos transformados e levados para habitar com Jesus nos céus.

Tudo isto será visível na nossa vida, ou seja, que permanecemos Nele, pois a justiça Dele aplicada em nós, nos tornará justos para o nosso relacionamento com Deus e com o mundo.

Não será mais o sistema que satanás está empregando no mundo, mas sim o sistema de vida e de verdade que permanece oculto para aqueles que estão no mundo.

É fundamental, contudo, saber que, mesmo sem o reconhecimento, por enquanto, por parte do mundo, temos certeza de que somos “filhos de Deus”.

Aps. Bertoni e Alice – 09.7.2000

domingo, 2 de julho de 2000

1ª CARTA DE JOÃO 8/23

OS ANTICRISTOS

TEXTO BÁSICO: 1João 2:18 a 26

INTRODUÇÃO:
EXAMINANDO OS TERMOS:
ANTICRISTOS: (1João 2:18 e 22)

Anticristos “Anticristos” é transliteração do grego para o português, e significa: em lugar de Cristo, ou contra Cristo. É muito provável que essas duas idéias estejam incluídas no termo. Este termo somente aparece nas duas primeiras Cartas de João.

O ponto de vista do autor sagrado, refletido neste versículo, parece ser que haverá um único anticristo, embora anunciado, de antemão, por diversos anticristos, que serão seus antecessores espirituais. É certo que o autor sagrado contempla o período dos anticristos, e subseqüente anticristo, que se manifestará no final dos tempos.

UNÇÃO: (1João 2:20)
Chrisma “chrisma”, no grego, e neste caso usado por João como o dom do Espírito Santo. Este termo aqui usado pode ser uma referência direta à própria unção com óleo, mas o significado espiritual tencionado é: batismo do Espírito Santo.

O termo Cristo é da mesma raiz da palavra e significa que Ele era o grande ungido de Deus.

EXAMINANDO O TEXTO:
João está dizendo de uma realidade que a Igreja da época já experimentava, a saber: que pessoas que vêm para a Igreja:

Alguns se parecem com verdadeiros novos nascidos, mas que na verdade são enganadores. Dissimulavam mediante um proceder religioso (jeito de crente);

Outros são verdadeiramente novos nascidos, mas depois abandonam a fé em Jesus Cristo, e neles acontece o que fala Hebreus 6:4 a 6: “É impossível, pois, que aqueles que uma vez foram iluminados e provaram o Dom celestial e se tornaram participantes do Espírito Santo, e provaram a boa palavra de Deus e os poderes do mundo vindouro, e caíram, sim, é impossível outra vez renová-los para arrependimento, visto que de novo estão crucificando para si mesmos o Filho de Deus, e expondo-O à ignomínia”.

O cristão permanecerá como salvo somente a medida em que permanecer no ensino bíblico original de Jesus e dos apóstolos.

Como reconhecer os que se manifestam como anticristos?
A característica mais forte é a negação de que Jesus de Nazaré é o Cristo, o Ungido de Deus, o Messias Prometido. Outra característica é que ao negar o Filho de Deus está negando também o Pai e isto logo é revelado pelas suas práticas contra Deus.

O anticristo nega o significado e a importância da encarnação de Cristo. O anticristo tem a capacidade de seduzir e enganar.

Os verdadeiros e fiéis cristãos têm recebido a unção para reconhecerem essas situações. Como Cristo, que foi ungido e recebeu do Espírito Santo os dons proféticos, sacerdotais e reais, os verdadeiros cristãos também têm responsabilidades proféticas, sacerdotais e reais, depois de serem ungidos com o Espírito Santo.

Os verdadeiros cristãos conhecem a verdade e a mentira se lhes é revelada pelo Espírito Santo de Deus. O Espírito Santo é o nosso melhor mestre; ele permanecerá conosco para sempre e nos protegerá das mentiras que poderiam nos afastar de Cristo.

O Espírito Santo permanece onde quer que a mensagem do evangelho é recebida, e, ali onde o Espírito permanecer, o Filho e o Pai também estão presentes (1 João 2:24).

João, como todos os servos, sempre achou que logo Jesus voltaria. Mas Jesus somente voltará para uma única geração (nós agora achamos que é a nossa).

Aps. Bertoni e Alice – 02.7.2000